Nova série
ano IX
Julho 2018
ISSN 2177-2673

Número
25/26

Eleger o próprio sexo: usos contemporâneos da diferença sexual

François Ansermet - AP, Membro da ECF, NLS e da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.

Endereço eletrônico: francois.ansermet@hcuge.ch


Resumo: A partir da formulação de um paciente, Ansermet traz questões sobre a diferença sexual a partir de uma perspectiva que vai mais além da diferença anatômica. Da certeza à dúvida, do transexual ao intersexo, chega-se ao que é chamado de “gênero fluído”. Este último traz reflexões acerca da lei e do desejo no jogo do relativismo. A partir da eleição transexual, surgem quatro referências para orientar a clínica sem negligenciar a singularidade de cada caso: identidade, sexualidade, reprodução e origem. Abandonando a referência à natureza, a identidade se apresenta como uma construção a partir da indicação freudiana de não haver nem pura masculinidade e nem pura feminilidade, havendo, portanto, um misto. Para a sexualidade, também não há soluções universais, uma vez que, segundo Lacan, ela “faz furo no real”; além disso, traz a questão do desejo em primeiro plano. A procriação enquanto resposta comum à relação sexual que não existe, estremece a identidade, uma vez que se pode imaginar todo um espectro de variantes diante da possibilidade de reprodução com a diretriz contemporânea de conservação de gametas. Por fim, o projeto transexual traz uma operação também quanto à origem, já que, em certa medida, não é mais necessário que se submeta totalmente a ela, podendo recriá-la em alguns pontos a partir de sua eleição na diferença sexual.

Palavras-chave: diferença sexual, transexual, identidade, sexualidade, reprodução, origem.

 

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